domingo, 1 de março de 2009

BARCELOS-Palme:Contra aterro sanitário.


A população de Palme, em Barcelos, ergueu, ontem, a sua voz contra a possível instalação do aterro sanitário do Vale do Lima e Baixo Cávado na localidade, que é apontada como a principal candidata para receber, em 2011, aquele equipamento.
Munidos de tarjas, cartazes e megafones, pequenos e grandes manifestaram-se contra a escolha da freguesia, assegurando que, "até agora, ninguém foi ouvido" para o efeito. E prometem intensificar os protestos, caso a localidade venha a ser escolhida para acolher o aterro.
"A população está unida contra a instalação do aterro. Esta é a única forma de fazer com que a Câmara Municipal nos ouça. Não podemos aceitar isto, de forma alguma", sintetizava, ontem à tarde, César Pimenta, um dos perto de 300 residentes que viriam a tomar parte no protesto. Ao lado, José Sousa, que empunhava cartaz onde dava conta da sua indignação, considerou o processo de escolha da freguesia "uma pouca- vergonha". E justificou: "Aqui está a maior mancha florestal do concelho. E é precisamente aqui que querem instalar o aterro sanitário, algo que não lembra a ninguém". Considerando que a escolha "ficou a dever-se a critérios meramente economicistas, devido à existência de acessos", outro morador assegurou que tomará parte "nas manifestações que se vierem a realizar", uma vez que "em causa está o futuro da freguesia".
Visivelmente indignado com a possível escolha da localidade, José Faria, de 69 anos, afiançou que uma sua filha pretendia erguer uma casa junto ao local que poderá vir a acolher o aterro, vontade que, porém, esbarraria nas proibições das entidades competentes. "Até cheguei a escrever a Elisa Ferreira (à altura, ministra do Ambiente), mas de nada serviu. Gastámos dinheiro mas a minha filha não conseguiu construir aí uma casa. Agora, querem que se faça aí uma entulheira? É algo de inadmissível", protestou.
De acordo com a entidade que gere o aterro do Vale do Lima e Baixo Cávado (Resulima) - maioritariamente participada pela Empresa Geral de Fomento -, o futuro aterro sanitário deverá ocupar uma área compreendida entre 10 e 20 hectares, onde serão recebidos, diariamente, 350 a 450 toneladas de resíduos, oriundos de seis concelhos. A saber: Arcos de Valdevez, Barcelos, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo. Em Vila Fria (Viana do Castelo), onde está situado o aterro da Resulima, o município barcelense é, dos seis, o que mais deposita.JN

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